Back to Back é uma operação comum no comércio internacional, também conhecida como operação triangular ou operação entreposto. Nesse tipo de operação, uma empresa em um país adquire mercadorias de outro país e as revende para empresas em uma terceira nação, sem que o produto precise passar pelo território da empresa compradora. Prepare o café e confira o artigo onde abordamos este assunto.
Como funciona a operação Back to Back?
1 . Uma empresa localizada no país A (comprador 1) adquire uma mercadoria do país B (fornecedor/vendedor);
2. Essa mercadoria não entra em território nacional (país A) e é enviada diretamente do país B para o país C (comprador 2/comprador final);
3. Não há trânsito da mercadoria pelo país A;
4. A operação envolve três empresas: comprador 1 (empresa brasileira), fornecedor/vendedor (empresa estrangeira) e comprador 2 (empresa localizada no exterior).
Vantagens da operação Back to Back
Redução de Custos: A operação permite evitar a incidência de impostos e taxas no país intermediário (comprador 1), resultando em economia tributária. Os principais tributos evitados são o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e PIS/COFINS-importação. Apenas PIS e COFINS são aplicados sobre o valor recebido pela empresa brasileira, além de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o lucro da operação.
Agilidade Logística: Como a mercadoria não precisa passar pelo território do país intermediário, o tempo de entrega ao comprador final (país C) é reduzido. Isso é especialmente vantajoso quando se trata de produtos perecíveis ou com prazos de entrega críticos.
Menos Burocracia: A operação Back to Back dispensa o registro de licenças ou declarações aduaneiras no país intermediário. Isso simplifica os procedimentos e reduz a burocracia envolvida na importação/exportação.
Flexibilidade: A empresa compradora (país A) pode atender às demandas específicas do comprador final (país C) sem a necessidade de manter estoques no país intermediário. Isso permite maior flexibilidade na gestão de estoques e produção.
Otimização de Recursos: A operação permite que a empresa brasileira concentre seus recursos na atividade comercial e na negociação com o comprador final, sem se preocupar com o trânsito físico da mercadoria.
Existe um órgão regulamentador de operações Back to Back?
Não existe um órgão oficial para regulamentar as operações de Back to Back no Brasil. No entanto, é importante destacar que, conforme o Banco Central do Brasil (Bacen), a realização dessa operação é livre e dispensa prévia autorização, inclusive do ponto de vista da regulamentação cambial.
Em resumo, embora não haja um órgão específico para supervisionar as operações Back to Back, a sua execução é permitida e não requer aprovação prévia, desde que esteja conforme as normas vigentes. Portanto, as empresas podem utilizar essa estratégia para otimizar custos e agilizar processos logísticos no comércio exterior.
Sobre a redatora: Lucilene Queiroz é formada em Comércio Exterior pela Univille desde 2019, atual Analista de Comércio Exterior Pleno da FORVM, possuí vasto conhecimento e experiência em COMEX, capacitada a realizar todas as etapas de processos de importação e exportação. Quando não está a trabalho, Lucilene gosta de cuidar da saúde do corpo e da mente, por meio de esportes como o beach tennis, vôlei de areia, músicas e podcasts.
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